Desesperada, correra tanto e nada encontrara. Nunca havia encontrado o que queria. Pôs as mãos no lugar onde parecia bater um coração, e ao encostar, quase o tirou de lá. A vontade era essa... O que fazer com algo que só traz infelicidade? Ela, que fora tão trágica durante toda sua vida, não tinha mais cabeça para ter um coração. Era assim, o drama que transformara sua vida em um filme solitário.
Afinal, o mundo tem lugar para os que amam sozinhos?
Era uma pergunta que ela se fazia constantemente ... Não, nunca obtivera resposta. Pois tudo sempre fora tão incompleto, que jamais conseguiu dispor de tempo para observar. Sua vida, cheia de desastres amorosos, impossibilitava de ter prazeres mais profundos. Ou, até mesmo, aquele momento em que pensamos ''as borboletas chegaram''.
As borboletas ... ela nunca as conhecera.
Que falta de cores. Até o vinho já está cansado de abrigar suas dores, amargo de tanta angústia.
Encontros e desastres
... e ela nunca foi além disso.